Vamos por partes
por 23 de janeiro de 2013 9:18 1.010 views0
Como diz a velha máxima do esquartejador, vamos por partes. Você já deve ter dito esta frase várias vezes, mas será que tem aplicado-a na hora de desenvolver seus designs ou avaliar o dos outros?
Característica fundamental para todo e qualquer profissional, analisar as coisas de forma segmentada é um padrão de conduta que garante a correta avaliação de um trabalho.
Quando alguém desenvolve um design e o apresenta para você avaliar, qual tem sido sua reação? Generalizar a crítica com as duas mais temidas palavras quando estão em conjunto? Está ruim!
Talvez esta não seja a melhor forma de avaliar… Primeiro de tudo: Você realmente conhece como fazer o que lhe foi apresentado? Sabe dividir aquilo em várias partes ou tem uma visão geral? Se sua visão for geral, com certeza sua resposta ao avaliar generalizará o problema, o que atrapalhará a pessoa que foi avaliada e em conseqüência, prejudicará a qualidade do projeto ou qualquer outro trabalho. Porque o avaliado não saberá por onde começar a correção.
Exemplificando para facilitar a compreensão. Ao analisar um anúncio, devemos saber que o que o compõe são: Produto, redação, conceito, fotografia, ilustração, tipografia, diagramação, formato, tipo de papel e produção gráfica. Quer dizer que você não pode generalizar sua crítica, pois o problema encontrado por você pode estar em um destes “elementos”. Ou a impressão está incorreta, o que alterou a cor e prejudicou a qualidade, ou o anúncio não têm conceito, ou a fotografia não está com um bom corte, ou a tipografia não se expressa de acordo, ou o produto é uma droga. Neste último caso, sua função é fazer com que ele não pareça uma droga.
Se você está pensando que são muitas coisas para avaliar, saiba que na web é pior ainda pois além de todas as preocupações com a criação, composição e produção gráfica, você ainda deve se preocupar com a tecnologia, compatibilidade, interação, fluxo da informação, etc. Quer dizer que simplesmente dizer que está ruim não resolverá nunca o problema, e se resolver, custará muito tempo.
Antes que você se manifeste contra a abolição da visão holística. É claro que a visão geral do problema a resolver também é fundamental para que ele seja resolvido, senão nos perdemos nos detalhes (mais uma vez nós caímos na velha história do equilíbrio).
Esta dica serve não somente para design, mas para sua vida… Profundo não? Muito mais do que você imagina. Então, segmente o problema para depois resolvê-lo, é como montar um quebra-cabeça, se as peças não estiverem espalhadas sobre a mesa, você nunca conseguirá montá-lo e não ter uma visão geral, também te impedirá.
Kazuto Adate .::. [email protected]
Designer Gráfico especializado em Criação Publicitária, Marketing e Tecnologia, membro da Comissão de Design e Negócios da Associação dos Designers Gráficos (ADG). Desenvolve projetos nas áreas de identidade visual, embalagem, criação publicitária, design editorial, internet, e-learning, animação. Escreve artigos sobre design e marketing e ministra cursos na área.
Site: www.kazuto.com.br